quarta-feira, 1 de março de 2017

Já não faz sombra a ninguém!...


BRUNO DE CARVALHO E A MUDANÇA DEFINITIVA

«O Sporting mudou muito com Bruno de Carvalho. Mudou para melhor. Estava uma catástrofe, é certo, quer no plano desportivo, quer no plano financeiro. Podia ter ido ao fundo, começou a reerguer-se. Os números apresentados ontem são bons, não há duas leituras.

O presidente, agora recandidato, tem esse crédito a seu favor. É o essencial destes quatro anos de mandato e é o que deve levar os sócios do Sporting a confiar nele nos próximos quatro. Sucede que o que conseguiu ainda não coloca o Sporting no mesmo patamar do Benfica ou do Porto. E não apenas no futebol.

Bruno de Carvalho cometeu vários erros, alguns absolutamente desnecessários, outros que têm a ver com a sua personalidade. Não tenhamos ilusões: há coisas que não vão mudar porque a natureza das pessoas não muda, mas é suposto que estas apreendam. Eu não acho, por exemplo, que ele esteja ‘em baixo’, acho que está estrategicamente mais ponderado. Pelo menos nesta fase.

Neste mandato BdC foi quase sempre um homem só. O Sporting tem um défice de organização. É normal. Há muito caminho para fazer, com o futebol à cabeça. Nesse sector, o mais sensível, o ano foi negro, depois de três épocas de recuperação embora sem títulos relevantes, excepção feita à Taça de Portugal. É pouco, mas o problema do Sporting não começou há quatro anos. Há muito tempo que o clube não ganha. Quando Jesus chegou e disse que agora "passaria a ser a três", anunciou, de facto, uma mudança no paradigma. Os três grandes só o são, há muito, no papel e, valha a verdade, nos adeptos. Nesse aspecto os sportinguistas, que nunca desistiram, mesmo nos anos mais terríveis, regressaram agora em força.

O Sporting voltou a ter êxitos significativos e capacidade de agregação e captação nalgumas modalidades – muito importante para a percepção que existe sobre o clube. 

Bruno de Carvalho seria sempre um candidato difícil de derrotar, apesar da queda da equipa de futebol. Também porque é populista, como agora se diz, e essa característica mobiliza as massas. Gera ódios e paixões.

O adversário que lhe apareceu ao caminho, mesmo surpreendente na evolução registada, facilitou-lhe a tarefa.

Pedro Madeira Rodrigues é, com toda a certeza, um sportinguista. Não gosto da tese que se trata de alguém ao serviço de uma entidade externa. Isso é apenas campanha eleitoral. Fez o trabalho de casa, afinou o discurso, mas foi pouco atractivo nas áreas em que trouxe propostas – o futebol com Bölöni ou Juande Ramos – e pouco concreto noutras. É difícil encontrar uma ideia central de mudança efectiva no seu projecto. Madeira Rodrigues tornou-se mais eficaz nas críticas à gestão actual, incluindo o facto de ter colocado em cena um membro da família Espírito Santo (neste caso o Espírito Santo ‘bom’, José Maria Ricciardi), mas duvido que chegue para fazer sombra.»
(Nuno Santos, Ângulo Inverso, in Record)

Não comungo da benevolência de NS para com PMR. Mas entendo-a. O homem já levou tantas por aquela cabeça abaixo, que se tornou... transparente!...

Já não faz sombra a ninguém!...

Leoninamente,
Até à próxima

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